Aos 6 anos, Varoujan queria tocar saxofone. Mas os seus dedos são demasiado pequenos, diz o professor, “Então vais tocar flauta de bisel durante dois anos”. E eis que o pequeno Varoujan segue os passos da sua irmã Gayané, que começou a tocar flauta de bisel algum tempo antes.

Depois Varoujan ouviu e viu um concerto do Quarteto Komitas (Arménia) no Castelo de Champs-sur-Marne. Ficou fascinado com o primeiro violino do quarteto. À medida que o concerto avança, aproxima-se cada vez mais, até se encontrar na primeira fila, imitando o animado violinista.

E depois… Daniel, o tio violinista barroco, de temperamento sanguíneo. Um dia o tio traz-lhe um pequeno violino, e aí começa a história de amor.

Durará cerca de dez anos. No Conservatório Municipal de Bry-sur-Marne com Agnès Thaureau, uma aluna de Anne-Marie Morin, que o levará sob a sua alçada ao conservatório do 9º distrito de Paris.

E depois, e depois… o caminho real para o Conservatório Nacional Supérieur de Paris abre-se. É lá que surgem as complicações e o desencanto. A competição é dura, já não se é o primeiro. 

Boris Garlitsky ensina-lhe as bases da performance no palco e como desenvolver o seu carisma.

Deixa o Conservatório com um Diplôme de Formation Supérieure em 2007.

Uma noite, no Théâtre des Champs-Élysées, está na primeira fila, a olhar de boca aberta para uma violinista do conjunto barroco Le Concert d’Astrée. Ela está absorvida na ópera, recita o texto silenciosamente, e parece transcender-se. Está decidido, Varoujan irá tocar violino barroco.

Em Freiburg im Breisgau, estuda com Rainer Kussmaul e inicia-se no Barroco com Gottfried von der Goltz.

Com Mira Glodeanu em Bruxelas, vai descobrir as mil e uma belezas da música francesa do século XVIII.

A década seguinte vê-o tocar em conjuntos como Les Agremens, Freiburger Barockorchester, Anima Eterna, Le Cercle de l’Harmonie, La Loge Olympique, Le Poème Harmonique, La Chapelle Harmonique, Les Siècles, B’Rock, Transports Publics…

Em Outubro de 2018, ocorre um abalo. Um sopro delirante agudo, que o porá fora de acção durante quatro anos. Varoujan retomou recentemente com prazer o seu violino, e está a estudar música indiana e árabe em Montpellier, onde vive actualmente.